sexta-feira, 5 de abril de 2013

Apresentação

Peço que todos os estudiosos que puderem colaborar com referências, comentários ou fotos relacionadas a diversidade funcional de invertebrados, que postem seus links, sugestões, correções e observações para que possamos criar um banco de dados bibliográfico, como vários que temos, mas voltado para as funções dos invertebrados nos ecossistemas, seus atributos morfológicos, fisiológicos e ecológicos, que contribuem para a manutenção dos processos ecológicos e dos serviços ecossitêmicos.



Diversidade Funcional, Uma Breve Introdução



A abordagem funcional em ecologia, e a chave para compreensão da participação dos organismos vivos na manutenção do equilibrio ecossistêmico, remontando os próprios trabalhos de Darwin sobre atributos biológicos como preditores de desempenho dos organismos (Violle et al. 2007).

Partindo do pressuposto de que cada espécie, contribui direta ou indiretamente para o funcionamento dos ecossistemas, através de características físicas químicas e comportamentais que determinam a diversidade funcional nas comunidades, essa abordagem tem sido utilizada para detectar possiveis relações entre os organismos vivos e processos ecossistêmicos, em estudos com diferentes grupos, e.g., vertebrados (Halpern & Floeter 2008, Petchey et al. 2007, Micheli & Halpern 2005), artrópodes (Bihn et al. 2010, Nichols et al. 2008, Andersen 1997), microrganismos (Worsfold et al. 2009, McGrady-Steed & Morin 2000; Setälä et al. 1998), plantas (Diaz et al. 2007, Walker & Langridge 2002), e estrutura do solo (Maestre & Puche 2009).

Temos diversas definições para diversidade funcional (FD, do inglês: functional diversity), Tilman (2001) a descreve como "o valor e a variação das espécies e de suas características que afetam o funcionamento das comunidades", então, medir a diversidade funcional é medir a "diversidade de atributos funcionais, que são componentes dos fenótipos dos organismos que influenciam os processos na comunidade" (Cianciaruso et al. 2009). Por isso, a ecologia funcional têm sido vista como a chave para se prever a estabilidade, invasibilidade, aquisição de recursos, ciclagem de nutrientes e produtividade nas comunidades (Mason et al. 2005).

O principal referencial teórico da abordagem é o modelo do "habitat templet" proposto inicialmente por Southwood (1977) o qual prediz que, onde as condições ambientais são similares, a composição de atributos biológicos deve convergir de forma previsível, independentemente da composição taxonômica e região biogeográfica. Em ambientes aquáticos, além de estudos com peixes (Higgins 2010, Halpern & Floeter 2008, Micheli & Halpern 2005) e microrganismos (Petchey et al. 1999), é crescente o número de trabalhos envolvendo ecologia funcional de invertebrados. Estudos como os de Hynes (1970), que retratou as mudanças morfológicas dos grupos em decorrência da estrutura de habitat, Cummins (1973), que descreveu grupos funcionais de alimentação (FFG - functional feeding groups) de insetos aquáticos e Vannote et al. (1980) que, através do "River Continuum Concept", tornou previsível a distribuição de atributos funcionais ao longo do contínuo fluvial, em decorrência das características físicas e químicas dos ambientes lóticos, entre outros, deram suporte para posteriores pesquisas envolvendo a função dos organismos, na manutenção dos serviços ecossistêmicos.

Esperamos que esse blogg possa colaborar com os diversos pesquisadores que estão se especializando nessa área, assim como esperamos também aprender mais através desse contato e assim aumentar o número de pesquisas envolvendo as funções dos organismos, principalmente invertebrados, no ecossistema.


Referências Citadas


Andersen, A.N. (1997). Using Ants as bioindicators: Multiscale Issues in Ant Community Ecology. Conservation Ecology [online] 1(1): 8. Available in: http://www.consecol.org/vol1/iss1/art8/ 

Bihn, J.H.; Gebauer, G. & Brandl, R. (2010). Loss of functional diversity of ant assemblages in secondary tropical forests. Ecology 91(3): 782.792.

Cianciaruso, M.V.; Silva, I.A. & Batalha, M.A. (2009). Diversidades filogenética e funcional: novas abordagens para a ecologia de comunidades. Biota Neotropica 9: 1-11.

Cummins, K.W. (1973). Trophic relations of aquatic insects. Annual Review of Entomology 18: 183-206.

Diaz, S.; Lavorel, S.; Bello, F.; Quetier, F.; Grigulis, K. & Robson, T. M. (2007). Incorporating plant functional diversity effects in ecosystem service assessments. PNAS 104(52): 20684.20689.

Halpern, B.S. & Floeter, S.R. (2008). Functional diversity responses to changing species richness in reef fish communities. Marine Ecology Progressive Series 364: 147.156.

Higgins, C.L. (2010). Patterns of functional and taxonomic organization of stream fishes: inferences based on alpha, beta, and gama diversities. Ecography 33: 678-687.

Hynes, H.B.N. (1970). The ecology of stream insects. Annu. Rev. Entomol. 15:25-42.

Maestre, F.T. & Puche, M.D. (2009). Indices based on surface indicators predict soil functioning in Mediterranean semi-arid steppes. Applied Soil Ecology 41: 342.350.

Mason N. W. H.; Mouillot D.; Lee W.G. & Wilson J.B. (2005). Functional richness, functional evenness and functional divergence: the primary components of functional diversity. Oikos, 111, 112-118.


McGrady-Steed, J. & Morin, P.J. (2000). Biodiversity, density compensation, and the dynamics of populations and functional groups. Ecology 81(2): 361.373.

Micheli, F. & Halpern, B.S. (2005). Low functional redundancy in coastal marine assemblages. Ecology Letters 8: 391.400.

Nichols, E.; Spector, S.; Louzada, J.; Larsen, T.; Amezquita, S.; & Favila, M.E. (2008). Ecological functions and ecosystem services provided by Scarabaeinae dung beetles. Biological Conservation 141: 1461 .1474.

Petchey, O. L., Mcphearson, P.T.; Casey, T.M. & Morin, P.J. (1999). Environmental warming alters food-web structure and ecosystem function. Nature 402(4): 96-72.

Petchey, O.L.; Evans, K.L.; Fishburn, I.S.; Gaston, K.J. (2007). Low functional diversity and no redundancy in British avian assemblages. Journal of Animal Ecology 76: 977.985.

Setälä, H.; Laakso, J.; Mikola, J. & Huhta, V. (1998). Functional diversity of decomposer organisms in relation to primary production. Applied Soil Ecology 9: 25-31.

Southwood, T. R. E. (1977). Habitat, the templet for ecological strategies? Journal of Animal Ecology. 46: 337-365.

Tilman, D. (2001). Functional diversity. In: Levin, S.A. (Ed.), Encyclopedia of Biodiversity. Academic Press, San Diego, p. 109-120.

Vannote, R. L.; Minshall, G. W.; Cummins, K. W.; Sedell, J. R. & Cushing, C. R. (1980). The river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences 37: 130-137.

Violle, C.; Navas, M.; Vile, D.; Kazakou, E.; Fortunel, C.; Hummel, I. & Garnier, E. (2007). Let the concept of trait be functional. Oikos 116: 882-892.

Walker B.H. & Langridge J.L. (2002). Measuring Functional Diversity in Plant Communities with MixedLife Forms: A Problem of Hardand Soft Attributes. Ecosystems 5: 529-538.

Worsfold, N. T.; Warren, P. H. & Petchey, O. L. (2009). Context-dependent effects of predator removal from experimental microcosm communities. Oikos 118: 1319-1326.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, obrigado por contribuir!